Açúcar adicionado, russo e seu organismo
Você chega na Rússia e precisa se dirigir ao hotel. Mesmo que não seja fluente em russo, se você souber algumas palavras, você já pode chegar onde você quer. Com nosso organismo é parecido: a linguagem hormonal e molecular é complexa. Mas se você souber algumas informações, vai conseguir transmitir o recado adequado para que ele funcione bem.
Marine Maschi
5/8/2024
O açúcar adicionado, especialmente na forma de frutose em bebidas açucaradas e doces, pode desregular profundamente os sinais de saciedade.
A grelina, conhecida como o "hormônio da fome", sinaliza ao cérebro que precisamos comer. Após uma refeição, seus níveis caem, ajudando a promover a saciedade. Porém, o consumo de alimentos ricos em açúcar adicionado tende a reduzir a eficiência desse mecanismo.
Além disso, o açúcar pode contribuir para a resistência à leptina, o hormônio responsável por informar ao cérebro que já temos energia suficiente armazenada. Isso cria um ciclo vicioso de fome constante e excessos alimentares
Alimentos ricos em açúcar são rapidamente absorvidos, causando picos abruptos de glicose no sangue. Isso desencadeia uma liberação exagerada de insulina, que logo reduz a glicose a níveis baixos, gerando uma falsa sensação de fome. Esse ciclo contínuo de "pico e queda" pode mascarar os sinais naturais de saciedade.
Para recuperar o equilíbrio, é essencial priorizar alimentos integrais ricos em fibras, evitar bebidas açucaradas, melhorar o sono, gerenciar o estresse e reduzir gradualmente o consumo de doces. Essas práticas ajudam a restaurar a sensibilidade do corpo aos sinais naturais de fome e saciedade.